As dificuldades financeiras enfrentadas pelos Regionais, diante do enfrentamento da pandemia pelo Coronavírus, e o processo eleitoral deste ano, que teve a data das eleições alterada para 15 de julho, nortearam a segunda reunião ordinária do Colégio de Presidentes, realizada remotamente nestas quinta e sexta (15). Esses foram os principais temas conduzidos pelo presidente em exercício do Confea, eng. civ. Osmar Barros Jr., e pelo coordenador interino do colegiado, eng. agr. Ari Neumann.
A presença de cerca de 50 participantes, entre presidentes de Crea, conselheiros federais e assessores surpreendeu até o mesmo o presidente em exercício do Confea, que já participou de cerca de 60 reuniões neste formato, desde o início da pandemia. “Todas as reuniões que a gente tem feito demonstram que estamos em um divisor de águas, estamos chegando à conclusão de que podemos fazer muitas coisas de forma remota. Acho que nunca tínhamos feito esse processo na história do Sistema, o que vem sendo uma surpresa agradável neste cenário de extrema dificuldade para todos”, considera Osmar Barros Júnior.
Com elogios à segurança e à tranquilidade com que o presidente Ari conduziu a reunião, ele afirmou que o formato impele os participantes a uma objetividade maior. “Óbvio que em uma reunião dessa, solicitada nesse momento, a pauta tinha que ser voltada a essas questões que estão mais nos afligindo, como as solicitações de apoio do Confea e da Mútua. A CCSS (Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema) teve um papel muito interessante na reunião, tirando dúvidas em relação ao equilíbrio financeiro do Sistema. Muito já havia sido solicitado junto ao Comitê de Crise da Covid. E agora vamos dar o encaminhamento técnico-jurídico que o assunto requer, dando a maior celeridade possível nesse momento excepcional”, descreve.
Já a Comissão Eleitoral Federal estava presente com seu coordenador, o conselheiro federal eng. agr. João Bosco Andrade, e as eleições foram amplamente debatidas. “Atenta ao cenário sanitário, a CEF solicitou e o plenário do Confea acatou pelo adiamento das eleições para 15 de julho e também todos os cuidados necessários para que o pleito seja realizado com segurança e tranquilidade”, informou o presidente em exercício do Confea.
Fiscalização mantida
Pela primeira vez conduzindo a reunião, o presidente decano do Sistema ressaltou que a mesma estava prevista para o período de 15 a 17 de abril, em Brasília. “Os assuntos giraram em torno da eleição e dos reflexos junto aos Creas da pandemia, diante da diminuição de receita”, afirma o engenheiro agrônomo Ari Neumann.
Em relação à sustentabilidade financeira dos Creas, Ari Neumann explica que está sendo proposto que o Confea e Mútua estabeleçam instrumentos para ajudar os Regionais “que vão ter dificuldades para o pagamento de folha”. Segundo ele, a situação está gradativamente mais difícil, com alguns estados tendo quedas de até 50% em abril. “Aqui em Santa Catarina, a receita do quadrimestre teve queda de 3,37%, sendo normal em janeiro e fevereiro; um pouco menor em março e caindo bastante em abril. Em relação ao mesmo período do ano passado, tivemos uma queda de 39% com valor atualizado. Vamos ver a repercussão que isso dará no ano com a prorrogação do prazo de pagamento da anuidade. O presidente Osmar tem sido muito sensível desde sempre, constituindo um comitê gestor da Crise, onde o Colégio de Presidentes tem assento”, diz, referindo-se aos presidentes dos Creas-GO e AL, respectivamente, eng. agr. Francisco Almeida e eng. civ. Fernando Dacal.
Com atendimento presencial em sistema de rodízio em 90% das suas inspetorias, o Crea-SC tem “apenas duas inspetorias que não estão atuando por causa de funcionários que estão em grupos de risco”. Ari Neumann explica que, com o rodízio, apenas 50% dos profissionais estão trabalhando diretamente, “com todos os cuidados dos EPIs e atendendo os profissionais com o distanciamento e tudo o que as orientações determinam”.
Folha e unanimidade
Na visão da presidente do Crea-AC, engenheira agrônoma Carminda Pinheiro, o regional está trabalhando no limite de seus recursos financeiros para manter a folha salarial de seus colaboradores. “Financeiramente, o Crea-AC tem até o mais tardar no mês de junho para se sustentar. Hoje, a nossa reunião foi bastante produtiva para ver como o Confea vai ajudar a gente na maior urgência possível para que a gente possa respirar em junho e julho”, discorreu, elogiando a condução dos trabalhos, inclusive pelos assessores do Confea. “Foi uma reunião bastante produtiva”, garantiu.
Momento ímpar
Já o engenheiro civil Fernando Dacal, destaca que sua participação no Comitê Gestor da Crise da Covid-19 facilitou o andamento da discussão com os demais colegas. “Já havíamos ponderado pela necessidade desses recursos financeiros. Eu e o Francisco passamos o que tínhamos defendido e avançamos para pedir ao Confea uma certa agilidade porque tem Crea que não conseguirá pagar a folha de maio. Felizmente, o presidente em exercício tem sido bem sensível a essa realidade”, diz o presidente do Crea-AL.
Segundo ele, o regional teve uma queda de arrecadação de “quase 50 por cento em março”. Apesar de, em abril, esse resultado negativo ter sido em torno de 30%, também em relação ao mesmo período do ano passado, ele afirma que será necessário utilizar as reservas do Crea para honrar os pagamentos do regional. “A gente tem uma certa reserva, estamos discutindo o que vamos fazer agora. Vamos ter que reduzir a nossa despesa, definindo os cortes. É um momento ímpar. Vamos ter uma grande transformação nos próximos anos”, diz.
Em relação ao processo eleitoral, o presidente do Crea-AL, informa que foi “definido o uso da urna de papel” e também a solicitação para que o Confea envide esforços para promover a próxima eleição pela internet.
Resultados surpreendentes
Presidente em exercício do Crea-SP, a engenheira civil Lenita Brandão destacou que, durante a reunião, os presidentes dos demais Creas solicitaram ao Confea e à Mútua auxílio financeiro para a aquisição de EPIs para serem usados nas eleições. “A queda de receita foi abrupta. Só um ou dois Creas não sofrerão impactos”, disse, indicando que a primeira reunião on-line do Colégio de Presidentes foi bastante produtiva.
Sobre as medidas adotadas contra a Covid-19, apontou que o Crea-SP adotou “todas as recomendações das autoridades de saúde, mantendo 95% do pessoal em home office”. Para ela, os números estão surpreendendo tanto o Crea, como os profissionais. “Os profissionais estão tendo um contato muito próximo, estamos tendo um feedback muito positivo. Tivemos também solicitações para atendimento presencial, que estão sendo feitas com horário agendado, com intervalo de 45 em 45 minutos para que não exista nenhum fluxo”, diz, informando que esta é a rotina das 36 Unidades de Gestão e Inspetoria (cada um envolvendo em torno de 10 a 12 municípios).
A presidente em exercício do Crea-SP informa ainda que não houve necessidade de interromper a fiscalização. “Conseguimos fazer a fiscalização das empresas, colocando em dia alguns processos. E levantamos empresas cadastradas que não possuiam informação atualizada sobre profissional cadastrado. Nesse periodo, já fizemos 26 mil atendimentos a profissionais. Entre Crea-DOC e e-mail, foram mais de 5 mil atendimentos a empresas, além de 19 mil assuntos inerentes à fiscalização, com 720 fiscalizações in loco por denúncias. Paralelamente, foram feitos 10.200 atendimentos remotos, telefônicos e por e-mail entre chefes e gerentes, o que não representou uma queda no número total de atendimentos”, diz, acrescentando que as atividades não executadas em home office são feitas com o uso de máscara, proteção acrílica e álcool em gel.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
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