Desde que entrou em vigor, a Norma de Desempenho (NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho) impulsionou comitês técnicos a atualizarem as metodologias de avaliação de desempenho, e fabricantes a adequarem seus produtos e processos de fabricação às novas exigências. Com a graduação não foi diferente. Os cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) já começam a incluir em suas grades curriculares conteúdos sobre a os requisitos da Norma.
Segundo a Chefe de Departamento de Tecnologia da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), Rosaria Ono, as diretrizes curriculares do curso de Arquitetura já contemplam questões de Desempenho, e um exemplo é a área de Projeto em Edificações, que já abrange os requisitos repercutidos da Norma. “Esses conceitos de Desempenho já foram introduzidos na FAU-USP entre as décadas de 80 e 90 em função da importância de garantir o projeto de arquitetura nas exigências da Norma de Desempenho”, explica Rosaria.
Além disso, de acordo com ela, desde 2008, quando surgiu a primeira versão da norma, foi destacada a sua importância em uma série de disciplinas da graduação, principalmente nas áreas de Projetos e de Tecnologia da Construção. Alguns pesquisadores também já tiveram ideias para projetos de pesquisa.
Já nas escolas de engenharia, o Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso, Chefe do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), explica que, “mudanças nas grades curriculares dos cursos são importantes, mas é preciso também alterar a forma de ensinar e envolver os alunos dos cursos de Engenharia Civil em assuntos desafiadores e sistêmicos como é o caso de toda a complexidade que envolve a Norma de Desempenho”.
Uma das novidades na Poli-USP está na estrutura curricular no curso de engenharia civil, a terceira mudança nos últimos anos. Algumas disciplinas obrigatórias já fazem abordagens referentes à norma, por exemplo: Física das Construções, Sistemas Prediais, Sistemas Estruturais, disciplinas que envolvem concretos de aço e materiais de construção, tecnologias etc. Disciplinas optativas livres referentes à Norma de Desempenho nos cursos de graduação também foram criadas. Um exemplo é a de Inovação Tecnológica, que devido ao grande sucesso, está sendo oferecida em dois semestres.
“Nós estamos conseguindo fazer chegar o Desempenho de uma maneira muito mais completa, porque nas disciplinas de tecnologia de construção de edifícios, o Desempenho já é tratado, só que na disciplina de Inovação, o aluno conhecerá a Norma mais profundamente”, afirma a Prof. Dra. Mércia Maria S. B. Barros, que ministra a optativa de Inovação Tecnológica, na Poli-USP.
No 5º ano, há outra disciplina, em que os alunos fazem um projeto de uma unidade habitacional de pequeno porte toda resolvida com sistemas adequados à Norma de Desempenho.
Outras novidades desse ano são as disciplinas de pós-graduação do programa de Mestrado Profissional ConstruINOVA, voltadas a construções totalmente engajadas na norma, ministradas também pela Prof. Mércia. A primeira disciplina é chamada de Construção Baseada em Desempenho, em que cada item da norma é discutido. “Cada grupo de trabalho assumiu o desafio de aplicar a Norma de Desempenho em um dos subsistemas dos edifícios que estão voltados principalmente à habitação econômica. Foi uma experiência bastante interessante”, completa a professora.
Todas as informações foram apresentadas no Seminário “Impactos da Norma de Desempenho” realizado pelo Sindicato da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em 17 de fevereiro de 2014.
Texto: do Portal Piniweb
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